quarta-feira, 11 de setembro de 2013

! ! N O V I D A D E S ! !

Olá queridas leitoras!
Já há muito tempo que não vinha a este blog, nem postava nada nele...
Peço desculpa por isso, mas deixei-me de escrever fanfics.
Durante cerca de quatro anos criei inúmeras fanfics (como sabem), mas a minha verdadeira paixão e objectivo era conseguir acabar o meu primeiro Romance Fantástico. O meu segundo objectivo era conseguir publicá-lo.
Neste Verão consegui estes dois objectivos e estava na hora de vos dizer isso mesmo.
Quero agradecer todos os vossos comentários, pois eles ajudaram-me a avançar e escrever melhor!
Obrigada por me terem aquecido o coração durante estes quatro anos e por me ajudarem a evoluir!
Deixo-vos aqui o meu novo blog: http://mariza27martins.blogspot.pt/ para o caso de estarem interessadas em saber mais sobre o meu livro - Destino Celestial.
Fico à vossa espera e mais uma vez OBRIGADA!
Beijinhs!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Two Become One (14º - Miósotis)



- This girl is on fire! (X2)
She’s walking on fire!
This girl is on fire!
Looks like a girl but she’s a flame.
So bright, she can burn your eyes, better look the other way.
You can try, but you’ll never forget her name.
She’s on top of the world. Hottest of the hottest girls.
Say “Ohhhh, oh oh oh oh”.
We got our feet on the ground and we’re burning it down.
Oh oh oh oh ohhhh!
Got our heads in the cloud and we’re not coming down.
This girl is on fire! (X2)
She’s walking on fire!
This girl is on fire!
Cantava eu a plenos pulmões. Era uma música que exigia uma boa respiração em cada nota, mas era tão linda!
Terminei a canção e senti-me um pouco… zonza.
Avistei Matt e Sergio na primeira fila observando-me com aprovação.
Notei que as imagens das pessoas ao movimentar-se, deixavam rasto, arrastavam-se. Pestanejei, o que acabou por agravar ainda mais a minha visão.
A última coisa de que me lembro é de embater contra o chão do palco.
BANG!
(…)
Credo! Que claridade horrível! Olivia fecha os cortinados, queria eu gritar.
Sentia a garganta muito seca. Engoli e ainda me magoou mais.
Enruguei a testa; queria abrir os olhos, só que toda aquela luminosidade impedia-me de o fazer.
- Miss Somerhalder? – Chamou uma voz masculina completamente desconhecida. Quem era aquele perú?! – Miss Somerhalder?
E lá arranjei força suficiente para abrir os olhos.
Oh. Meus. Santinhos. Do céu. O que estava eu ali a fazer?
- Miss Somerhalder, eu sou o Doutor António Goméz. Sou o médico do seu amigo. Não se preocupe. Está em boas mãos.
- Do meu amigo?
- O senhor Ramos.
- Hum.
- A Miss Somerhalder é muito irresponsável, sabia?
Abri mais os olhos com admiração.
- Desculpe?
- Não me peça desculpa a mim, mas a si. Temos de falar. Temos muito que falar.
A única coisa que pensei foi: What the fuck does that mean?!
(…)
- Matty, pára! Eu sei andar!
O meu irmão suportava parte do meu corpo com o seu braço férreo. Eu estava óptima, completamente saudável. Portanto, não quero que me tratem como se fosse uma boneca de porcelana exclusiva! Revirei os olhos.
Matt ajudou-me a deitar na cama. De repente, apareceu Olivia no meu campo de visão. Abriu a janela e afastou os cortinados do nosso quarto. O Sol entrou no quarto, animando mais o ambiente. Olivi perguntou se eu tinha fome e eu, por mais que quisesse mentir, cedi e disse que tinha. Ela correu escada abaixo.
Matt sentou-se à beira da cama. Entrelaçou os dedos de ambas as mãos e posicionou-as debaixo do queixo afiado. Oops! Cheira-me a esturro.
- O que te disse o médico, Lorelei?
- Oh, já disse que não tens de te preocupar com nada…
- Responde à pergunta! – Exclamou ele, zangado. Os cabelos da minha nuca eriçaram-se.
- Foi apenas uma quebra de tensão. Nada demais. Natural com este tempo mais quente.
- Não me estás a mentir, pois não?
- Para que haveria eu de te mentir?!
- É bom que não estejas, caso contrário…
- Caso contrário, o quê?
- Ligo ao Ian para te vir buscar.
- Não eras capaz de me fazer uma coisa dessas! – Os meus ouvidos ficaram chocados com o que ouviram.
- Era sim!
Abri a boca, acabando por fechá-la segundos depois.
Olivia veio para junto de mim. Preparou-me uma sandes de queijo e fiambre que eu já estava a devorar.
Depois de comer, acabei por adormecer.
Acordei já o céu apresentava uns belos tons laranja e rosa.
Comecei a pensar em Chris e em como gostava que ele estivesse presente.
No entanto, fora eu a culpada. Eu é que vim a parar a Espanha de vontade própria. Podia estar com ele no hotel mais próximo do set das filmagens.
Mas não. Tinha de ter viajado e agora um Oceano separava-nos.
Lambi os lábios e comecei a cantarolar muito baixinho:
- Everything I want I have: Money, notoriety and rivieras.
I even think I found God in the flash bulbs of the pretty cameras.
Pretty cameras, pretty cameras. Am I glamorous? Tell me am I glamorous?
Hello, hello? Ca-can you hear me?
I can be your China doll if you want to see me fall.
Boy, you’re so dope. Your love is deadly.
Tell me life is beautiful. They all think I have it all.
I’m nothing without you.
All my dreams and all the lights mean nothing without you.
All my dreams and all the lights mean nothing if I can’t have you…

Suspirei.
Ouvi três pancaditas na porta. Disse que quem quer que fosse podia entrar.
Olhei e verifiquei que se tratava de Sergio.
Esbugalhei os olhos e deixei cair o queixo quando avistei um ramo de lindas orquídeas entre as suas mãos.
- Oh, orquídeas! – Exclamei super contente.
- Reconheces as flores? – Perguntou, surpreendido.
- É claro que sei que estas lindas flores são orquídeas.
- Hum, até temi que não fosses gostar de te trazer flores.
- Eu amo flores! Não fiques com essa cara de Espanhol No Entiendo! – Ri-me.
E de seguida, os meus ouvidos bateram palminhas quando captaram o bonito riso do Sr. Ramos.
- Vejo que estás melhor.
- Óbvio que sim! Saudável como um cavalo! Hum, égua.
- O Doutor Gómez falou comigo.
O meu coração fez baque!
- Ai, sim? – Toda Miss Inocência. – E… que disse ele?
- Contou-me o que se passava contigo.
- Ah-há…
Cabrão do médico!
- Só quero que saibas que estou aqui para o que der e vier.
- Obrigada, Sergio. – Dei-lhe um semi-abraço. Que foi muito bem correspondido. – E obrigada pelas flores. Gostei muito!
- Já sei o que fazer quando precisares de ser… animada: comprar flores.
- Ahahah! Nos primeiros anos do nosso namoro, o Chris comprava-me flores. Em cada que nos encontrávamos, ele trazia uma nova categoria de flores. Lembro-me como se fosse ontem! Ele prometeu-me descobrir qual era a minha flor preferida. Ultimamente já não me oferecia, mas sei que o desafio continua de pé.
- Ainda não descobriu qual é a tua flor preferida?
Abanei a cabeça, negativamente.
- Foi preciso aparecer na minha vida um rapaz que faça show de bola para descobrir…
- Orquídeas?
Acenei que sim.
- Não posso crer!
- É verdade. – Esboçando um largo sorriso. – Promete-me que não desvendas o segredo ao Chris!
- Prometo! Porém, duvido que nos iremos encontrar por aí.
- Nunca se sabe. Além do mais, eu quero apresentar-vos.
- Uh, isso seria… interessante…
                                                                          Lorelei

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Two Become One (13º - Miósotis)



- Ah-hã! E compreendeste isso por… me conheceres? – Quis ele saber, interrompendo o meu momento de euforia e felicidade interior.
- Sim! – Quase soltando um berro.
Sergio desviou o seu olhar do meu.
- E nós?! Queres que desapareça da tua vida, agora que sabes que namoras com um Príncipe Encantado?!
- Que conversa é essa? – Perguntei com as sobrancelhas carregadas. – Pensava que… pudéssemos ser amigos.
- Amigos?
Acenei com a cabeça.
Ele parecia ser um tipo cinco estrelas e eu queria mesmo ser sua amiga!
- É isso que queres?
- Apenas se tu também quiseres.
Ele passou a mão pela barba, pensativo.
- Amigos com benefícios?
Exclamei o seu nome e ri-me. O seu riso acompanhou, por fim, o meu.
Almoçámos com humor ao rubro.
Sergio falou-me mais dos seus dias, do seu trabalho, da sua família e eu fiz o mesmo. Eram quase três horas da tarde e decidimos dar um passeio.
Sergio levou-me a um belo jardim com um lago com patinhos e cisnes.
Coloquei a tocar no meu telemóvel Dancing In The Dark de Bruce Springsteen.
Saltei para cima das suas costas e ele transportou-me de um lado para o outro, rindo-nos como uns loucos (ou como criancinhas eheh). Acabámos por rebolar na relva e acalmar as nossas respirações animadas. Entrelaçámos os dedos das nossas mãos e deixámo-nos ali ficar e ver o Sol subir no céu tão azulado.
(…)
- Hum, talvez devêssemos voltar para casa.
- Oh, já?
- Já?! São quase sete horas!
- São?! – Ele ergueu o tronco da relva. Estava um pouco despenteado e eu dei um jeito naquela polpa giraça e ele retirou umas folhas minúsculas que se encontravam presas aos meus cabelos. Ele levantou-se e deu-me a mão, cavalheiresco. Tinha de admitir que adorava a sensação de calor que o contacto da minha pele com a sua transmitia. Será que ele também tinha sensibilidade suficiente para sentir as faíscas nas veias?
Estávamos de regresso ao carro de Sergio quando uma cabeleira loira ombreada por um sujeito meio escuro me chamaram à atenção.
Fechei de novo a porta do carro e corri até Olivia que pareceu perplexa ao ver-me.
- Wow! Largo-te por umas longas horas e acontece isto! – Gracejei apontando para Olivia e Garay. Vi a minha amiga corar como um tomate.
Ouvi os passos de Sergio aproximarem-se.
Nisto, Olivia abre a boca os olhos.
- Isso digo eu! Vocês estão… - Começou ela por dizer.
- Juntos? – Completou o rapaz que colocou o braço por cima dos meus ombros.
- Pois, parece que estamos juntos, não é? Não da maneira que pensas, óbvio. Somos apenas…
- Amigos. – Voltou Sergio a completar.
- Hum-Hum, estou a ver. – Comentou Olivia.
- E eu? O que estou eu a ver? – Batendo as pestanas.
- Estás a olhar para dois amigos a passear. – Respondeu ela de nariz arrebitado.
- Não sei porquê, mas não me convencem… - Ripostou Sergio.
Eu fiz um sorriso triunfante e afirmei:
- Tiraste as palavras da minha boca.
Gosh! Adoro-o!
- Ora, pensem o que quiserem.
Revirei os olhos.
Depois tive a ideia de irmos jantar fora. Eu, Olivia, Sergio, Pilar, Matt, Garay e os gémeos.
Liguei de imediato ao meu irmão e ele aos Calléjon.
Sergio ligou à namorada, mas ao que parecia ela estava indisponível.
Voltámos os quatro para casa. Eu e Olivia mudámos de roupa.
Eu, Matt e José fomos no carro de Sergio, os restantes no de Garay.
Quando Sergio foi estacionar melhor o carro, eu e o meu irmão fomos andando para o restaurante. Peguei no meu telemóvel e gravei uma mensagem de voz.
“Chris! É a Lorelei. Como estás? Não te liguei, porque podias estar a gravar… ou a dormir (risos). Hum… como vão as gravações? Espero que esteja tudo a correr às mil maravilhas! Tenho saudades tuas! Tenho saudades dos teus braços a abraçarem-me. Queria dizer-te uma coisa que nunca tive coragem e certezas suficientes para te dizer, mas agora consigo… Amo-te, Chris Evans.”
E desliguei.
Mordi o lábio para abafar a abundância de líquido que se acumulara nos meus olhos.
- Uff, estou cheia de fome, Matty! (…)
O jantar estava óptimo, óptimo! O pessoal estava bastante bem-disposto e as horas passaram-se a voar. À mesa, senti umas dores de barriga e eu pensei que finalmente fosse o meu período a dar de si.
Retirei-me e procurei o WC.
Entrei na cabine.
Não havia vestígios de sangue, nem sequer na urina.
De seguida, retirei o telemóvel do interior da pequenina bolsa que trouxera comigo e olhei para o calendário.
Hum…
Puxei o autoclismo e saí da cabine.
Virei-me de perfil em frente ao espelho e pousei as mãos no meu ventre esguio.
Massajei-o e fiquei à espera de algum sinal, qualquer coisa.
Respirei calmamente, executando movimentos circulares.
What. The. Fuck?!
Revirei os olhos e ri alto.
Sou tão doida! Alguma vez eu podia…
E ri mais.
Abri a porta ao abanar a cabeça.
Voltei à mesa e já se tinha decidido que a próxima paragem seria um bar.
O bar da nossa primeira noite em Espanha.
Uhhhh! Apetecia-me cantar! 





                                                                         Lorelei

                                                                         Olivia


Two Become One (12º - Miosótis)


- Hola, Sergio! – Exclamou o meu mano. Levantou-se e cumprimentou-o.
Hum! Com que então estes dois senhores davam-se bem…
- Están solo? – Inquiriu o nosso visitante.
- Sí. Los otros fueron de compras y hacer paseos.
- Hum, muy bién. Mira, yo estaba pensando en llevar a su hermana a comer.
Matt ouviu a sua pergunta e olhou para mim.
Báh! Detestava não entender patavina do que eles falavam.
No entanto, dava-me cá um gostinho ouvir o meu maninho falar Espanhol.
Ele era tão fofo e sexy. Rezava para que ele encontrasse alguém que o fizesse totalmente feliz.
Mergulhei sem fazer barulho e nadei até ao muro, onde Sergio se encontrava.
Oh, meu Deus. Agora me lembro! O meu sonho… pesadelo! Sonho… não!
Pronto, admite, Lorelei: SONHO!
Tinha tudo começado ali. Junto daquela piscina. Comecei a corar.
- Te gusta de mi hermana, verdad?
Sergio levou as mãos ao cabelo.
- Me siento atraído por ella, sí.
- Ella tiene chico, sabes?
- Sería imposible no tener.
Matt sorriu.
Eles estavam a enervar-me! Falavam em tom de conspiração.
Daria qualquer coisa para saber do que falavam.
- Voy a ser honesto contigo, porque me parece una buena persona. No sé si Chris es el hombre de su vida…
Chris?! Estavam a falar do Chris Evans?!
- …Ella misma tiene dudas, a pesar de no admitir. Passa algún tiempo con ella!
- Esa era mi meta.
- Buena suerte! – E deram um abraço com palmadas nas costas.
Revirei os olhos para a paisagem que tinha à frente. Viraram-se ambos para mim.
Saí da piscina e movi a cintura sedutoramente.
Vi que os olhos de Sergio escorregavam pelo meu corpo a fora.
- Estás a olhar para onde?! – Disse eu, provocadoramente.
Oh sim! Eu tive coragem para dizer uma coisa destas.
- Eu queria convidar-te para almoçares comigo. – Falou o Sergio.
- “Querias”, portanto perdeste a vontade…?
Ele abanou a cabeça como que a organizar as ideias.
- Quero!
- Mandão!
- Desculpa.
- Porquê? Arrependeste-te de algo?
- Hum… não.
- Sendo assim não peças desculpa. Sempre queres a minha companhia para almoçar?
- Sim, quero.
- Boa. Vou tomar um duche rápido e vestir-me… ou… preferes que vá assim?
- Lorelei! – Avisou Matt. Mordi a bochecha para não me rir.
- Bem, vou subir. Mas primeiro…
Soltei um gritinho e dei um mergulho, agarrando os joelhos com os braços ao formar uma bola. Formou um splash desgraçado e no fundo da piscina, consegui ouvir o meu nome com desaprovação.
Voltei a sair da piscina e confirmei, orgulhosa de myself, que os rapazinhos estavam molhados dos pés à cabeça. Uh, too bad!
- Esta foi pelos vossos cochichos. Fiquem sabendo que vou aprender Espanhol!
E subi as escadas rumo à casa-de-banho do quarto de hóspedes. (…)
- És sempre assim tão calado? – Interroguei o Sergio. Estávamos no interior do seu Audi branco. Bastante confortável, devo dizer, porém eu já estava habituada demais a andar num Lexus.
- Ah… não. E tu és sempre assim tão comunicativa?
- Yap! – Mirei-o, observando a sua condução. As suas mãos eram grandes e muito masculinas e eu gostava da forma como ele tocava, agarrava e balançava o volante. Sexy…
- Estás com calor? – Perguntou ele, olhando-me de esguelha. Vi os seus dedos percorrerem o sistema de ar condicionado. Disse-lhe que não, que a minha temperatura corporal estava óptima.
Chegámos, por fim ao restaurante. Amplo, belo e simples. Gostei.
O empregado que nos trouxe as ementas, fitou incredulamente o rapaz à minha frente e alçou as sobrancelhas quando a sua atenção se depositou em mim.
Suspirei e virei a cara.
O empregado deixou-nos e Sergio abriu a ementa. Eu nem sequer abri a minha, não saberia o que escolher. Inclinei o corpo para a frente e em tons de múrmurio, indaguei:
- Não devias almoçar com a tua namorada?
Ele não desviou os olhos da lista de pratos à sua frente, mas respondeu-me.
- Penso que isso não é da tua conta.
- Começa a ser da minha conta desde o momento que me convidas para vir aqui contigo.
- Qual é o problema?
Olhei para os lados.
- Os problemas começam com as relações em que estamos e acabam na imprensa.
Isto fê-lo encarar-me.
- É isso que receias?
- E tenho bastantes motivos para isso.
Fez-se silêncio.
- Porque é que me convidaste para este almoço? Diz-me a verdade! – Sergio separou aqueles seus lábios cheios, mas nada deles saiu. Pestanejei lentamente. – Faço-te ficar nervoso? – E toquei-lhe na mão.
- Sim. – Mal o ouvindo.
- Porquê?
- Porque me sinto atraído por ti.
Sorri-lhe e olhei para os meus dedos a brincarem com o guardanapo.
- Sabes… eu conheço muito bem o que é isso da “atracção”. Por isso, também sei como ela é passageira e ilusória. Eu… nunca fui uma adolescente fácil de… - Procurava a palavra certa e quando a encontrei, deixei escapar um esgar – domesticar. Nunca consegui distinguir “amor” de “sexo”, para mim era tudo igual. Quando conheci o Chris… estas duas palavras começaram a separar-se um pouco. Há bocado pedi-te a verdade e agora vou retribuí-la. Seria uma grande e horrível mentirosa se não conseguisse admitir que desde o momento em que te vi, tu excitaste-me e eu queria realmente ir para a cama contigo. Também me sinto atraída por ti. Mas… vamos encarar a realidade! Tu sentes-te atraído por mim, porque eu sou gira e convidativa; eu sinto-me atraída por ti, porque GOSH és bom, és um gajo muita bom! E é só isso. As nossas vidas cruzaram-se, o que não quer dizer que estejamos destinados a ficar juntos. Eu não faço ideia se tu gostas verdadeiramente da P-Pilar ou se também te sentes atraído por ela. Coisa que não vou contrariar, pois ela é muito bonita. Agora que penso mais nisto, tu foste uma peça essencial na minha vida!
- Ai, sim?! – Ele cruzou os braços, divertido. Ele apresentava-se extremamente embrenhado no meu monólogo, atento e os seus olhos espelhavam os meus e aí senti que ele sabia que eu estava certa.
- Sim! Sem ti penso que nunca iria conseguir distinguir aquelas duas palavras. Agora percebi! – Exclamei mais para mim própria do que para ele.
O meu coração disparou e começou a dançar de júbilo.
- Percebeste o quê?!
A minha boca abriu-se ligeiramente e quando a minha língua formulou três palavras mágicas que jamais sonhara dizer, duas lágrimas escaparam dos meus olhos verdes tão emocionados.
- I. Love. Him.


                                                                           Lorelei

                                                                           Sergio








terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Two Become One (11º - Miósotis)


Gritei e levantei-me da cama, lavada em suores.
Sentia o meu batimento cardíaco dentro dos meus ouvidos, pulsando igualmente dentro da minha cabeça.
Ouvi uns passos de corrida pela escada e, de rompante a porta do quarto abriu-se.
- Estás bem, Lorelei?! O que passa? Tiveste um pesadelo?
Os meus lábios tremeram e os meus olhos estavam muito abertos.
Senti a mão de Matt passar pela minha cara afastando os cabelos colados à maçã do rosto e da testa. Olhei para o lado. Olivia não se encontrava na sua cama.
De seguida, reparei que raios de Sol escapam pelos buraquinhos dos estores.
Engoli em seco variadas vezes e só depois sussurrei:
- Qu-que horas são?
Matt sorriu e fez-me uma festinha na cara.
- Passam alguns minutos das dez horas da manhã.
Esbugalhei os olhos.
- Dormi tanto! – Exclamei com a voz desafinada.
- Pois, foi o que Olivia comentou comigo. Tu costumas levantar-te tão cedo…
- Dormi mais de três horas do que o habitual!
Matt afastou-se um pouco de mim e fitou-me com minúcia.
- Estás um pouco pálida. Sentes-te bem?
O meu estômago parece que o ouviu, roncando segundos depois.
- Tens de comer. Deves estar cheia de fome.
- Eu… eu preciso de clarear ideias. Preciso de nadar.
- Nadas mais tarde. Agora: papas!
O meu maninho ajudou-me a levantar da cama.
- Não sou nenhuma baby.
Matt esboçou o meu sorriso preferido e pos um braço por cima dos meus ombros, dando-me um meio abraço.
- Serás sempre a minha baby. – E beijou-me o cimo da cabeça.
Caminhei até à casa-de-banho e fechei-me lá dentro.
Sentei-me no tampo da sanita e tapei a cara, enquanto me relembrava do terrível sonho que tinha acabado de ter.
Senti uma pontada de dor no fundo do estômago e uma impressão na garganta.
Não me perguntei como raio tive rapidez suficiente para me virar, levantar o tampo e vomitar para a sanita. Oh, será que o dia podia ter começado pior?!
O meu estômago estava sempre habituado a receber fruta e cafeína por volta das seis da manhã. Passando essa hora, fica mais do que rabujento.
Quando já me tinha acalmado, comecei a fazer a minha higiene pessoal matinal.
Após estas tarefas, vesti-me e sentei-me na secretária ao abrir o meu diário.
Demorei alguns minutos a pensar sobre a flor que iria escrever.

                                                   FLOR MIÓSOTIS

Esta flor significa recordação, fidelidade, amor verdadeiro, fraternidade, caridade. Também é chamada por “Não Me Esqueças” e também de Verónica.
A explicação do primeiro nome acima dito da flor pode ser explicada por algumas lendas. Uma delas remete-nos para um belo dia de Primavera, dois jovens apaixonados encontraram-se à margem de um rio. Nas águas turbulentas, a jovem avistou um ramo de miosótis a flutuar e ficou maravilhada pela beleza da flor. O seu amado, mergulhou então para apanhar as flores e oferecê-las à sua namorada. No entanto, quando tentou voltar para a margem, foi arrastado pela forte corrente. Esta lenda conta que pouco antes de desaparecer ele gritou para a sua amada: "Não me esqueças, ama-me para sempre!". A partir desse dia a flor miosótis passou a crescer nas margens dos rios, para que mais ninguém tivesse de morrer por sua causa.

                                                                                                 22/Junho/2012

Hum… cheirava-me a pão fresco acabadinho de torrar.
Na mesa da cozinha só estava o meu irmão.
Ele informara-me que a Olivia tinha saído à pouco com Magdalena, ajudando-a com as compras. Os gémeos também tinham saído com os amigos e o meu tio tinha umas reuniões com um museu das redondezas.
Matt tinha-me lavado uma maçã e o café estava a pingar para a caneca.
Devorei a maçã num instante e depois fiz umas torradas também para mim.
Procurei um pote de mel pelos armários e lá achei. Barrei mel nas torradas e abocanhei-as, aprovando o bom sabor.
- Estavas mesmo com fome. – Gracejou o meu irmão. Nem sequer lhe respondi e continuei a tomar o meu pequeno-almoço.
Convenci-o a tomarmos banhos de sol nas espreguiçadeiras. Assim o fizemos.
Fui ao quarto e vesti um biquíni.
Encaminhámo-nos então, para as traseiras da vivenda e deitámo-nos nas espreguiçadeiras. (…)
- Matt?
- Sim.
Mordi o lábio inferior carnudo e tirei os meus ClubMasters.
- Nunca mais falámos… de ti.
- De mim?!
- Sim! Do facto de seres gay.
- Oh, eu não acho que seja um bom tema de---
Revirei os olhos e disse num tom sério, interrompendo-o:
- Matt, és meu irmão! Tu e o Ian tomaram conta de mim como se fossem meus pais e eu nunca vos agradeci o suficiente. Estás a passar por uma fase difícil na tua vida e, por mais que tentes esconder, não vale a pena, porque eu sei que não estás bem. – Pousei uma mão sobre a sua perna. – Deixa-me ajudar-te.
O ambiente ficou em silêncio durante um bom bocado.
- Eu estou preocupado com a minha carreira.
Uni as sobrancelhas.
- Não estou a compreender como é que isso se interliga.
- Antes de vir para Espanha, falei com o meu manager. Ele disse-me que tinha tido uma boa proposta de trabalho para mim.
- Não me falaste nisso. Que proposta?
Ele fez um esgar.
- Dar vida a Christian Grey.
Pestanejei. Abri os olhos de espanto.
- Christian. Grey. – Falei pausadamente. – Da trilogia Fifty Shades of Grey?!?!
- O mesmo!
- Não estás a pensar em não ir ao casting, pois não? – Berrei-lhe.
Matt ergueu uma sobrancelha.
- Matt! Nem penses! Tu vais fazer esse casting ou eu não me chamo Lorelei Somerhalder! Aliás eu vou contigo!
- Lorelei, eu sou gay! Jamais vou ganhar aquele papel!
- Nunca digas nunca!
Ele suspirou.
- Ah, já percebi! Tu estás chateado, porque queres aquela personagem mas… estás com medo de não te darem. É isso não é?
- Pronto! É isso mesmo, maninha! Estás satisfeita?!
- Longe disso. Só fico satisfeita quando tu fores àquele casting e deres o teu melhor na audição.
Ele abanou a cabeça e beijou-me a mão.
- És tão sonhadora, Lorelei.
- Alguém tem de o ser na família. – Rindo-me.
Matt sorriu e murmurou:
- A Edna também é. És tão parecida com ela…
Franzi o nariz, fazendo uma careta.
- Nããããããã! Ela é perfeita. E eu estou longe de o ser.
O meu irmão aproximou-se de mim e apertou-me a bochecha direita.
- Promete-me que vais ao casting.
- Vens comigo?
- À tua disposição.
- Então, prometo. (…)
Passei pela lista de músicas no meu telemóvel e carreguei num que já não ouvia há milénios.
Quando as primeiras notas de guitarra se fizeram ouvir, Matt exclamou:
- OH! Adoro essa música!
Sorri-lhe.
Deixei o telemóvel na espreguiçadeira e aproximei-me do muro da piscina.
Voltei-me para Matt e perguntei-lhe:
- Para trás ou para a frente?
- Hâ?!
- Diz qualquer coisa. – Com muita vontade de rir.
- Sei lá! Para trás!
Encolhi os ombros e disse “está bem!”.
E fiz um mortal para trás mergulhando na piscina.
Emergi da água e ouvi o meu irmão dizer “what the fuck?!”.
- Owner of a lonely heart (x2)
Much better than a
Oner of a lonely heart (x2)
Cantarolei eu, antes de começar os meus exercícios de natação: borboleta, costas, crawl de frente e lateral.
De seguida, descansei ao flutuar na água.
Pouco depois decidi fazer um exercício de resistência quanto à respiração.
Enchi os pulmões de ar e mergulhei até ao fundo da piscina.
Acocorei-me no chão aos quadradinhos e deixei-me lá ficar.
Memórias dos meus seis/sete anos surgiram na minha mente…

«- Continua, Lorelei! Continua, minha querida! Vais conseguir!»
«- Não controlo muito bem a respiração.»
«- Quanto mais praticares, melhor serás. Não te esqueças que és uma sereia.»
«-A tua sereia?»
«- A minha sereia. Sempre!»

Ouve uma voz e uma presença que me fizeram ressurgir no presente.
Voltei à tona de água.
- Tenemos sirena?
Ergui a sobrancelha esquerda.





                                                                            Lorelei


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Two Become One (10 - Lilás)



Comprimi os lábios carnudos e avermelhados e clareei a garganta.
- És conhecida em Espanha, Lorelei! – Riu-se Olivia a meu lado.
Tive vontade de revirar os olhos e berrar para pararem de olhar como se eu fosse uma aberração que outrora estivera em vias de extinção. Levei um pouco de vinho à boca e ergui as sobrancelhas. Virei-me para Arbeloa.
- Sim, sou. – Respondi, mesmo que ele não tivesse feito uma pergunta.
- És. Namorada. Do. Chris. Evans? – Indagou Sergio.
Parecia completamente incrédulo.
- Foi o que acabei de esclarecer. - O que queres, rapazinho?!
- Porque não veio contigo para Espanha? – Quis ele saber.
Credo! Não sabe que a curiosidade matou o gato?! Também pode matar um gato com duas pernas!
- Porque ele está a trabalhar.
- A-hã… Estou a ver.
Começou a fervilhar em mim uma fúria incontrolável.
- Ouve lá! Tens algum problema?!
- Não… é só que… tu estás aqui e ele lá…
- E depois?! Eu confio nele e ele em mim. Além do mais, eu adoro-o! Estamos juntos e felizes há quatro anos. Devias preocupar-te com a tua namorada e não com os relacionamentos alheios. – Disse-lhe. Não queria saber se lhe estava a faltar ao respeito. Ele não tinha nada a ver comigo ou com o Chris. Não nos conhecia e tinha cara de quem estava a fazer juízos de valor. Pindérico!
Magdalena e Robert ficaram curiosos sobre o meu namorado, então Arbeloa navegava na Internet do seu telemóvel e mostrava diversas fotografias, onde aparecíamos juntos. Inclusive, alguns trabalhos de moda que fizemos conjuntamente, como por exemplo para a Men’s Health.


- Como se conheceram?
- Vivem juntos?
- Planeiam ter filhos?
- Porque nunca pensaste em fazer cinema, tal como ele?
Foram algumas das inúmeras perguntas que os meus primos me fizeram.
- Nós gostávamos muito de o conhecer. Tens de o trazer cá a casa um dia – Sugeriu a esposa do meu tio.
- Nós conhecemo-nos através do meu irmão mais novo, Ian. Estávamos num premier e ele apresentou-mo. Acho que foi atracção mútua. Não, não vivemos propriamente juntos. Filhos?! Hum… não está nos meus planos, mas penso que o Chris gostaria imenso. Eu sei que ele, por vezes pensa no assunto. Ele, em termos de personalidade, é muito diferente de mim. Ele é muito calmo, pacífico, tímido por vezes até. É um excelente amigo. E tenho a certeza que seria um excelente pai. Embora ele gostasse de ser pai assim… rapidamente, ele não gosta de colocar pressão para o meu lado. É que… eu tenho vinte anos e ele tem trinta e um.
Assim que acabei a frase, mais olhares esbugalhados se viraram para mim.
Respira fundo, Lorelei! Respira. Fundo!
Magdalena foi a primeira a interromper o silêncio que se instaurou na sala.
- Hum, que romântico! Portanto, ele foi o teu único namorado.
Arqueei uma sobrancelha.
- Ah, não.
- Disseste que o conheceste há quatro anos atrás, ou seja… quando tinhas 17.
- Sim, exacto, mas eu comecei a namorar a sério aos catorze.
Juanmi quase se engasgou.
Comecei a sentir-me corada.
Apetecia-me gritar: BASTA! A Inquisição já foi abolida, senhores!
No final do jantar, dirigimo-nos à sala e eu olhei de relance para o piano que lá se encontrava. Não sabia porque raio tinham um piano em casa se ninguém sabia tocá-lo.
- Os gémeos disseram que cantavam muito bem, tu e o Matt… - Comentou Robert.
- Eu apenas canto. Guardo o “muito bem” para a minha irmã. – Ripostou Matt.
- Porque não cantam para nós? Cantem para depois irmos partir o bolo.
- A Lorelei canta! – E Matt mostrou-me a língua. Eu fiz-lhe má cara.
Fizeram questão que eu cantasse uma música ao piano.
Sentei-me no banquinho.
- Hum… o meu namorado toca muito melhor do que eu, portanto peço desculpa se não soar muito bem.
Pressionei umas teclas para ouvir o seu som.
- Sendo assim, vou dedicar esta música aos belos aniversariantes. – Sorrindo-lhes. – Nunca pensem que os meus primos fossem tão fixes e boas pessoas. Por isso, obrigada por me terem surpreendido pela positiva. E espero que estas celebrações se repitam por muitos mais anos.
“Viva Forever”.
- Do you still remembre how we used to be?
Feeling together, believe in whatever my love has said to me.
Both of us were dreamers. Young love in the sun.
Felt like my savior, my spirit I gave ya; We’d only just begun.
Hasta mañana. Always be mine.
Viva forever, I’ll be waiting. Everlasting, like the sun.
Live forever for the moment. Ever searching for the one.
Yes, I still remember every whispered word.
The touch of your skin, giving life from within like a love song that I’d heard.
Slipping through our fingers like the sands of time.
Promises made, every memory saved has reflections in my mind.
Hasta mañana. Always be mine.
Viva forever, I’ll be waiting everlasting like the sun.
Live forever for the moment.
Ever searching for the one. (x4)

No final, bateram-me palmas, o que fez com que eu voltasse a aterrar na Terra, regressando da Lua. Os gémeos ficaram muito contentes, especialmente pelo facto de eu ter escolhido uma canção, onde cantasse três palavras em Espanhol.
Fomos, depois, partir o bolo e beber champagne.
Eram 23h50, quando os convidados disseram que tinham de se ir embora.
Olhei para a despedida de Olivia e Garay.
Eles raramente falavam, mas era notoriamente palpável uma certa tensão e atracção entre ambos.
Quando me apercebi, Sergio encontrava-se a meu lado.
- Desculpa a minha falta de educação há pouco no jantar.
Acenei com a cabeça.
- Eu também não precisava de ter reagido daquela maneira. – Respondi.
- Isso é um pedido de desculpas, também?
- Talvez.
- Vi que os teus olhos brilhavam ainda mais quando falavas do teu namorado.
Encolhi os ombros.
- É natural. Se estou com ele é porque gosto dele. Certamente que quando falas da P-Pilaaãr – Era complicadodizer o nome dela. – os teus olhos também brilham de maneira semelhante.
- Talvez. Os meus olhos agora brilham por outros motivos. Motivos esses que não envolvem a Pilar.
- E que motivos serão esses?
Vi-o erguer um dedo e acariciar-me as linhas do queixo, do maxilar e dos meus lábios. Depois começou a aproximar-se com uma intenção clara.
Afastei-me do seu rosto. Ele cerrou os dentes e engoliu em seco. Fitei o chão.
E pouco depois, foram-se todos embora.
Dirigi-me às traseiras da casa do meu tio.
Caminhei pela relva de pés descalços com um sapato em cada uma das mãos.
Sentei-me à beirinha da piscina; a água dá-me perto dos joelhos.
Fitava o nada e pensava em rigorosamente… nada. Por isso, fechei os olhos.
Senti uma presença por detrás das minhas costas. Ouvi essa presença a ajoelhar-se.
Pestanejei e virei-me com extrema vagareza. Os meus olhos concentravam-se na cor achocolatada dos dele. Tentava enviar o meu famoso magnetismo e notei que ele já se encontrava a borbulhar testosterona. Esbocei um sorriso malandro, desafiante. Reparei que ele estremecera, mas não fez nada. Notava-lhe laivos de excitação, assim como de hesitação. Perdi as estribeiras, revirando os olhos. Agarrei-o pelo colarinho da camisa e pressionei o seu corpo contra o meu. E foi aí que as nossas bocas se conheceram.
Oh, meu Deus! Que boca aquela!
A minha ansiava por mergulhar na dele, batalhar com a sua língua e roubar-lhe o fôlego, desde que lhe pus os olhos em cima.
Os meus braços cercavam-lhe o rosto, chegando o meu peito até ao seu pescoço.
As minhas mãos encontravam-se o mais abertas possíveis nas suas costas, pressionando mais e mais o seu corpo contra o meu, como se fosse crime distanciar-me do calor e radiação que o corpo dele transmitia. Nem tinha reparado que as minhas pernas já lhe rodeavam a cintura. Apenas me apercebi de tal, quando Sergio nos levanta e começa a caminhar sem rumo. O que tinha ele contra o facto de me possuir ali no meio da relva?
Eu não me importava. Já estava mais do que pronta para o receber, acolher dentro do meu ser. Sem descolar a minha boca da sua, consegui murmurar para nos levar em direcção a uma pequena casinha de madeira que era o atelier do meu tio Robert (ele era pintor. Yah, pois. Somos uma família repleta de talentos: actores, cantores, pintores…).
Ele empurrou a porta e entrámos.
Parámos de nos beijar. Ficámos com os narizes colados um ao outro.
Desci até ao chão. Sergio deu-me a mão e virou-me como se tivéssemos a dançar.
Enviou os meus cabelos compridos e um pouco cacheados para a frente, para cada lado do meu rosto. Os seus dedos alcançaram o fecho do meu vestido azul. Abriu-o e este escorregou pelas minhas pernas. Não me mexi nem um milímetro.
[E.S. Posthumus – Nara]
 As suas mãos moviam-se pelas minhas costas, massajando todo o centímetro de pele que encontrava. Depois, a sua atenção desceu até ao meu rabo.
Disse-me que estava surpreendido por agora saber que eu também era fã de tatuagens.
Apalpou o meu rabo e arranhou a tatuagem do pequeno escorpião que eu tinha lá tatuada. 

De seguida, concentrou-se na minha anca esquerda e investigou a tatuagem de uma sereia.
Lambi os lábios, mordiscando-os ao de leve e virei-me para ele.
Quando os seus olhos avistaram os meus seios, acho que quase se ia desfazer num orgasmo. Como se fosse um cego a mirar-me, afirmou baixinho que eu era a filha mais perfeita de Afrodite. Sorri-lhe de volta. E comecei a despi-lo e deixei os olhos escorregarem e afogarem-se nas tatuagens que percorriam o rio que era o seu perfeito corpo.
Biceps, tríceps, peito e braços definidos. Desapertei-lhe as calças e deixei-as cair, tal como as boxers Calvin Klein. A sua erecção incendiou todo o meu santo corpo.
Mordi o lábio. Queria tomá-lo na minha boca. Oh e ele também queria.
Porém, tinha de esperar mais um pouquinho. Não gosto de apressar o que deve ser feito com toda a calma. Além do mais, eu tinha a mania do perfeccionismo exacerbado.
Beijei, lambi e provei o seu mamilo na minha boca. Senti-a o seu pénis rijo como uma pedra junto ao meu abdómen. As minhas mãos passaram calma e tranquilamente pelos seus bíceps, apreciando-os com prazer. Comecei a dar-lhe beijos sumarentos pela barriga definida dele, mas a minha atenção fixara-se no seu centro de prazer.
Apertei-o e Sergio guinchou. Entretanto, tomei-o na minha boca. Os meus lábios, língua e dentes a trabalharem numa sintonia e harmonia perfeitas; um trunfo da experiência.
Eu sentia em como ele estava nos limites. Sentia como ele estava quente sob a minha posse. Ele ejaculou e comecei a engolir, saboreando todo o seu requintado sabor.
Quando o seu orgasmo se esvaneceu, ergui-me à sua frente com uma expressão que demonstrava o quanto é que ele estava em divida para comigo.
Nisto, ele agarra-me como se eu fosse uma menininha e atira-me para cima de uma tela enorme que estava pousada no chão do atelier. A pele das minhas costas informou-me que a tela estava pintada de fresca. As suas mãos começam a injectar calor pelas veias das minhas pernas, deixando traços bem delineados da sua presença em mim.
Atirei a cabeça para trás e fechei os olhos, o que apenas tornava o seu toque mais sensível sob a minha recepção. Passou a mão pelo meu sexo, mas foi meramente isso: uma passagem. E começou a atormentar os meus mamilos. Dedos, língua e dentes a trabalharem como se fossem um coro com variadas vozes divergentes, porém como por magia eram orquestradas em uníssono. Os meus gemidos juntaram-se a este coro e foi fenomenal a explosão de calor, prazer e luxúria que me proporcionou.
E quando me senti voltar à superfície do mundo real, começa uma dança de provocações. Ele insere dois dedos dentro de mim que massajam e circulam tenebrosamente. As minhas ancas começam a mover-se ao sabor do ritmo e a minha respiração fica apressada com a pele a repuxar as minhas costelas expostas.
Num piscar de olhos sinto-o a acasular-se a mim. E eu implorava apenas que ele aumentasse o ritmo e a violência dos seus embates. Ele esticou os braços e as suas mãos alcançaram as minhas, fazendo-me também esticar os braços, enquanto os seus lábios sugavam e percorriam o meu pescoço escaldante.
E quando eu vim, sonora e perdida, ele saiu de dentro de mim e atirou-se para o meu lado. Ele recuperava a respiração e eu sentia o meu orgasmo tornar-se infinito, prolongando-se e prolongando-se e prolongando-se…
Pisquei os olhos sucessivas vezes, pois tudo o que açulava a minha mente era o vídeo comercial de Chris Evans e Evan Rachel Wood.
Os lindos e picantes olhos de Chris encontraram os meus e o meu coração desfez-se, assolado. Respirei com dificuldade, pois lutava para que uma cascata de lágrimas não jorra-se dos meus olhos culpados, envergonhados.